Muitos pensam que é fácil. Muitos buscam por algo sem fazer ideia  exatamente do que vão encontrar. Supervalorizam tudo isso quando não  vejo motivo algum para um grande orgulho ou satisfação pessoal. Embora  devo confessar: quando mais novo, sonhava com tudo o que me vem  acontecendo hoje.
Antes soubesse, naquela época, que realmente não existe nada demais  em tudo isso, ou mais ainda, soubesse que verdadeiramente iria chegar a  viver o que considerava um sonho, mas sob a forma de realidade comum,  nem lá nem cá, embora um pouco mais lá que cá.
Junto a isso, o preparo  também ficou longe de bater ponto. Sem preparo, tudo fica ainda mais  complexo. A sedução gerada pelos gritos enlouquecidos de fãs é algo  impossível de se explicar. Quantos se perderam nesse estágio? O que me  impede de trilhar o mesmo caminho suicida? Ou ainda mais, onde será que  irei buscar a força necessária para conviver com tudo isso de forma a  não me perder? Não sei, só sei que sei. Talvez minha criação tenha sido  fundamental, ou meu processo de amadurecimento, fato é que essa sedução  vem encontrando um escudo que eu não imaginava ter, embora todo o  impacto absorvido tenha gerado efeitos muito desagradáveis, que agora  preciso vencer numa batalha épica de uma pessoa só.
Acredito que praticamente todos os complexos humanos sejam causados  pelo medo. O medo define muita coisa, prejudica imensamente qualquer ser  humano. Hoje, tenho medo. Embora ninguém saiba, embora me vejam como  uma pessoa segura, o medo é algo presente em minha vida. Lutar contra  ele é como golpear fumaça ou incorporar o Sheldon na tentativa de  explodir a cabeça do oponente só com a mentalização. Enfrenta-se o medo com atitudes e com o auto-conhecimento,  partindo do primeiro passo, a confissão do medo. Não tenho vergonha em  tê-lo, aliás, não compartilhar dele seria provavelmente
prepotente e arrogante, tendo em vista tudo o que vem acontecendo em  minha vida. Gritar segurança e estabilidade emocional seria não apenas  mentiroso, como covarde. E provavelmente o primeiro passo para a ruína.
Não sei ao certo o motivo de produção desse texto. Estou no  aeroporto, aguardando meu vôo. Não tenho qualquer intenção de  publicá-lo, talvez seja apenas um desabafo solitário, uma forma de  deixar claro para mim mesmo: não há fama, dinheiro ou prazer suficiente  para segurar sua estabilidade emocional.
 

 
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